O empresário Faust Maurer, fundador e diretor
executivo da Plan Idiomas Direcionados, conhece a professora Ângela
Branco há 21 anos. O relacionamento dos dois começou em 1991, quando ele
a contratou para ser uma das instrutoras de sua escola de idiomas. Com o
tempo, o que era uma mera relação profissional evoluiu para algo maior,
uma amizade. A aproximação aconteceu aos poucos e de forma natural, mas
sempre cercada de cuidados para que não afetasse o funcionamento do
trabalho, conta Maurer.
A
comunicação clara e o respeito mútuo foram primordiais para isso. “É o
casamento perfeito, pois somos verdadeiros e diretos, respeitando sempre
o ponto de vista um do outro, mas dando uma visão mais ampla dos prós e
contras de cada opinião”, acrescenta o executivo. A amizade, que
poderia ter sido um problema no relacionamento profissional, mostrou-se
extremamente positiva. Prova disso é que desde 2003 os dois são sócios
em uma filial da empresa no Rio de Janeiro. “Precisava de alguém que
pudesse confiar plenamente, e ela era a pessoa perfeita”, afirma o
empresário.
O caso é
um exemplo de que amizade e negócios nem sempre são excludentes e que é
possível cultivar uma relação pessoal no ambiente de trabalho. Mais do
que isso, como provam Maurer e Ângela, a afinidade provocada por esse
sentimento de cumplicidade pode ser positiva para os negócios. Segundo
Janaina Ferreira, professora de RH do Instituto Brasileiro de Mercado de
Capitais (Ibmec), uma relação de amizade favorece o desenvolvimento de
uma comunicação mais clara, objetiva e positiva, além de beneficiar o
fluxo de informação, gerando conhecimento e inovação. Para a professora
do Ibmec, a amizade contribui também para o fomento de um trabalho
colaborativo e em equipe, “aumentando assim a lucratividade da empresa”.
Para que uma relação
de amizade sobreviva à rotina do ambiente de trabalho é necessário que
haja sintonia entre os valores pessoais e que os graus de confiança e
afinidades sejam significativos, destaca Janaína. Ela explica que o
estabelecimento de limites entre vida pessoal e profissional também são
relevantes e devem ser adotados. Tais limites, diz a professora do
Ibmec, não são sempre os mesmos, pois variam de acordo com os
relacionamentos e o ambiente. Uma forma de trabalhar esta questão é
aprender a dizer ‘não’ e saber dosar as relações pessoais e
profissionais. “É preciso ter cuidado ao dar ‘abertura’ e depois ter que
negar algum pedido, comprometendo assim a amizade, as relações sociais
ou o status. Por isso é importante ser racional e ir construindo as
regras claramente, criando uma relação de respeito mútuo que irá
proteger o próprio relacionamento”, afirma a professora.
Sócias
há mais de vinte anos e amigas desde a adolescência, a engenheira
Deborah Lafer e a pedagoga Lilian Nigri acreditam também na importância
de jogar sempre com todas as cartas na mesa. “Os problemas devem ser
discutidos, mas nunca de cabeça quente”, observa Deborah. Donas de uma
empresa especializada em design de uniformes, elas alertam para a
necessidade de não deixar a vida profissional interferir na pessoal, e
vice-versa. “Logo de manhã, ao chegar ao escritório, falamos sobre os
assuntos pessoais, depois, eles não voltam mais à tona; e quando estamos
fora do trabalho, esquecemos nossas obrigações profissionais”, assinala
Deborah.
Por Fabiano Lopes
Fonte: CanalRH
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