Por Julio Caldeira
Não é novidade que falta mão de obra qualificada no Brasil. A escassez de profissionais tem provocado uma verdadeira luta por talentos. Para atraí-los e retê-los, as empresas têm usado as mais diversas estratégias, como elevar salários e incrementar pacotes de benefícios. São todas ações que elevam os custos. O dilema para as organizações é como compensar isso. Apostar em ganhos de produtividade? Repassar o ônus para o preço final de produtos e serviços? Ao que tudo indica, não existe uma alternativa certa. Cada empresa tem encontrado sua própria resposta.
Mas especialistas recomendam que empresários encarem o problema como uma realidade permanente. Ou seja, o conselho é evitar paliativos e buscar medidas efetivas. “Empresas pequenas, médias e as que eu chamo de emergentes, porque atravessam um processo de evolução muito grande, estão preocupadas com a administração da massa salarial”, diz o especialista em remuneração e benefícios Mateus de Oliveira Silva, consultor da RH Plus.
Segundo o especialista, nesse processo, uma das alternativas mais comuns entre as empresas têm sido analisar com atenção benefícios que até então eram concedidos de forma indiscriminada, como bolsas de estudos, para avaliar se realmente o investimento está dando retorno para a empresa.
Revisão de processos
Em alguns casos, as empresas buscam mesmo apertar o cinto, revendo processos e até mudando costumes. Essa foi a saída encontrada pela GPC Química, que decidiu implantar o sistema de gestão matricial das despesas. A ferramenta, utilizada para planejamento e controle do orçamento anual, é baseada em três princípios: controle cruzado, pelo qual todas as despesas orçadas devem ser acompanhadas por duas pessoas; desdobramento dos gastos, que consiste no detalhamento das despesas para a definição das metas; e acompanhamento sistemático, para verificar se as metas estão sendo atendidas e definir ações corretivas para os desvios. “Apesar do aumento dos custos ligados à mão de obra, conseguimos reduzir os gastos totais buscando eficiência em tudo, até na gramatura da folha da impressora”, comenta Wanderlei Passarella, presidente do Grupo Peixoto de Castro, ao qual pertence a GPC.
Na visão do CEO da Proxis Contact Center, Jimmy Cygler, a melhor forma de diluir os gastos é produzir mais com a mesma mão de obra – já que ela hoje custa mais. Isso tem significado metas mais ousadas e aumento da eficiência e da competitividade. “Os custos com mão de obra estão subindo acima do que as empresas conseguem repassar ao mercado”, avalia.
Cygler analisa ainda que a guerra por talentos tende a estabelecer ciclos virtuosos e viciosos. De um lado, a tendência é que os profissionais brasileiros, por serem bem remunerados, fiquem cada vez mais conceituados, aqui e lá fora. “Isso é bom para a profissionalização do mercado”, diz. Ele pondera, no entanto, que a dança das ofertas – sejam de salários ou benefícios – pode diminuir perigosamente o vínculo dos profissionais com as empresas, o que é negativo tanto para o empregador quanto para o empregado.
Para evitar essa rotatividade, a Eurofarma Laboratórios, por exemplo, oferece uma gama de benefícios que vai de bolsas de estudo a aulas de pilates. Bancado integralmente pela empresa, o pacote tem seu impacto sobre a receita minimizado em decorrência de um minucioso planejamento financeiro, de forma a diluir o gasto no custo final dos produtos. “É prática da empresa embutir esses valores nas despesas e orçamentos”, segundo a gerente de recursos humanos, Maria Regina Cintra.
FONTE: http://www.canalrh.com.br/Mundos/remuneracao_artigo.asp?ace_news=%7b74E86C20-45B8-49C2-A12D-5DD608E91242%7d&o=%7bA9B6D4E0-1A5A-4790-BD11-CB001EE4B7B6%7d&sp=E.SGCx.BBTNKSTGDBpT2HG/TELT39y8;TT0
Poderiam investir mais na qualificação da mão de obra também!
ResponderExcluirLigia Helena