segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Faculdade ou curso técnico?

Por Rodrigo Mendonça
rodrigo.mendonca@ofluminense.com.br



Foi-se o tempo que para entrar no mercado de trabalho e garantir uma boa colocação numa empres era fundamental cursar faculdade. A formação técnica se valorizou e, embora o ensino superior ainda continue sendo o sonho de muita gente, no profissionalizante estão algumas das melhores chances.
            A inauguração em 2012 do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (comperj) em Itaboraí, promete gerar 168 mil oportunidades de emprego, sendo boa parte delas destinadas a profissionais com formação técnica nas áreas de petróleo e gás, que têm salário competitivos.
            Antes, a situação funcionava da seguinte forma: os cursos superiores eram supervalorizados, com isso, todos que tinham condição, e eram poucos, queriam fazer faculdade. O aumento da oferta de mão-de-obra, se refletiu no mercado de trabalho brasileiro, que não conseguia absorver tantos novos profissionais.
            Atualmente, a lei da oferta e da procura faz com que os profissionais de nível técnico, tão importantes para determinadas áreas, proporcione bons salários e condições até melhores, em alguns casos, do que de alguns cursos superiores.

            Senai – Instituições como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) se destacam entre uma série de outros que preparam o profissional para o mercado de trabalho. O Senai promove a qualificação e a especialização de trabalhadores da indústria em suas mais de 30 unidades em todo o estado.
            Um curso técnico do Senai dura aproximadamente dois anos, dependendo da área escolhida, e para freqüenta-los, o aluno deve ter concluído ou estar cursando o ensino médio. O processo seletivo é feito através de provas.
            O Cefet é outra instituição que tem como objetivo a especialização do profissional para o mercado de trabalho. Desde 1917 atua na qualificação profissional e seu caráter foi se modificando conforme as reformas educacionais. A cada exame são abertas 800 vagas para os cerca de 14 mil candidatos interessados em ingressar nas unidades.
            O jovem Matheus Pareto Marino, de 19 anos, fez o curso de Eletrônica entre os anos de 2007 e 2010, e contou como fez para ingressar no Centro Federal de Educação Tecnológica e também conciliar seus estudos.
            “Entrei pelo Colégio Pedro II. Eles têm uma parceria que funciona da seguinte forma: o Cefet disponibiliza dez vagas em cada curso para o Pedro II, o aluno se inscreve para a vaga, mas só os estudantes da 9ª série e do 1º ano podem participar. Ganham a vaga as dez melhores ‘médias globais’, lembrando que todas as unidades do Pedro II participam”, diz Marino, que ainda conseguiu ingressar numa universidade federal enquanto cursava o Cefet-RJ.
            A chefe da Divisão de Integração Empresarial, Maria Alice Caggiano de Lima, lembra que o sistema Cefet já formou mais de 12 mil alunos nas oito unidades espalhadas no Rio de Janeiro. E explica que todos precisam passar por um estágio quando terminam o curso para receberem seus respectivos diplomas.
            “O Cefet teve uma mudança de perfil muito grande. O curso técnico hoje desponta com muita evidência no mercado. É um curso onde o estudante entra geralmente bem jovem, e já sai pronto para conseguir um emprego. E muitos conseguem um salário relativamente bom dependendo da área. Portanto, o curso técnico se tornou um passaporte para o mercado de trabalho muito atrativo, não desprezando a graduação.”

            Alternativa – Para o vice-reitor geral da Universidade Estácio de Sá, Carlos Eduardo Kubrusly, o bacharelado ainda é a opção mais procurada dentro da instituição, e aponta como alternativa a graduação tecnológica, que pode ser concluída em menos tempo.
            “Temos dois compromissos com o aluno: o primeiro é conhecimento, e o segundo é a empregabilidade”, enumera. “O aluno, quando resolve cursar uma universidade, está pensando sim em ter uma boa colocação  no mercado de trabalho. Não importa se ele vai escolher a graduação tradicional em quatro anos ou mesmo a tecnológica. Ele sabe que é necessário ter um diploma”, explica.
            Os cursos de graduação tecnológica (duram em média dois anos e meio) são direcionados a quem já têm idéia da área que pretende atuar.
            “A graduação tecnológica é como um curso técnico. Também é voltada para a especialização da mão-de-obra, com a vantagem de que dá direito a diploma de nível superior”, afirma Kubrusly, acrescentando que a instituição registrou mais de 110 mil oportunidades de  estágios e empregos em 2010, resultado de parcerias com mais de 30 mil empresas de diferente setores.



FONTE: Caderno OFlu Educação (edição Janeiro de 2011 - Ano 6 nº 8, de 23/01/2011). Páginas 6 e 7.

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