Na
maioria das empresas encontramos aquelas figuras reconhecidas como mais
“criativas”. Subliminarmente, os demais estariam fora deste grupo
“especial”. A mesma situação se repete nas agências de comunicação, onde
há o departamento de Criação, supostamente cheio de gente antenada.
Afinal, a criatividade é um dom atribuído a poucos ou pode ser
desenvolvida?
Diante da presente crise
sistêmica, que envolve depressão econômica nos países ricos; falta de
confiança nas instituições; aumento do preço dos alimentos e da pobreza
nas nações subdesenvolvidas; escalada de violência e desequilíbrio
ambiental, empreendedores de todo o mundo são pressionados para
descobrir modelos mais sustentáveis de produção e consumo.
O
enfrentamento dessas importantes questões requer mentes criativas em
ação, mas estamos vivendo numa época paradoxal: a capacidade da
sociedade se reinventar nunca foi tão valorizada e necessária, porém, a
todo o momento empresários queixam-se da falta de criatividade dos
colaboradores, e profissionais reclamam estarem limitados em sua
capacidade de escolha, condicionados por um modus operandi que oferece
poucas possibilidades.
De
modo geral, muitas pessoas gostariam de encontrar formas diferentes
para ganhar e viver a vida. O paradigma predominante, no entanto, é um
estilo de vida enraizado em hábitos condicionados – fazer quase tudo
igual, todos os dias, e buscar satisfação no consumo, quase que
exclusivamente. Em boa parte da mídia, predomina a mesmice - programas e
matérias que trazem banalidades, sensacionalismo e negatividade para os
momentos de pretenso descanso.
Como
matar esta charada trazendo mais criatividade para nossa vida
individual e coletiva? Para Amit Goswami, sumidade em estudos que buscam
conciliar ciência e consciência e autor de Criatividade para o Século
XXI, a capacidade criativa pode e deve ser desenvolvida por qualquer um,
ao combater o comportamento condicionado. Ele propõe que a raiz do
condicionamento está numa falsa concepção: fomos levados a acreditar que
o ser humano seria uma máquina e que tudo o mais seria mero objeto.
Para este cientista inovador, a consciência é a base de tudo o que
conhecemos, e é fundamental aceitar as emoções como parte do que somos e
da vida diária.
Goswami
explica que a criatividade é um fenômeno que pode brotar
espontaneamente, diante de certas condições para que se manifeste. E
isso pode ser bem prazeroso! A receita é fazer as coisas de um modo
diferente, sair da rotina, permitir-se um novo caminho, novas cores e
sabores, momentos de descanso, abrir espaço para a meditação - que
favorece a ocorrência de insights. Essa é a forma mais efetiva de evitar
o tédio na carreira e na vida cotidiana, que costuma bloquear a
capacidade criativa e a satisfação.
De
acordo com esta concepção, as descobertas nascem de insights
descontínuos, e não de um processo racional, por isso é importante
reduzir o ritmo de tempos em tempos, e deixar as ideias fluírem. O
processo acontece em fases: “preparação” – a mente se torna aberta para o
novo, reconhece que não sabe tudo; “incubação” – etapa inconsciente que
envolve memórias ligadas ao tema em questão; “insight” – o certeiro
“A-Ha”, quando uma luz vem ao pensamento e, finalmente, a
“manifestação”, quando a criatividade interior é colocada em prática.
Assim,
a criatividade é gerada pela exploração de novos significados e permite
nos transformarmos como pessoas, e assim mudarmos o mundo, gerando
progresso e coisas que trazem felicidade, por meio de novas formas de
promover a educação, de pensar os negócios, a psicologia, a medicina e
muitos outros sistemas sociais. E - por que não - de uma forma
sustentável? Temos esta capacidade, pois todos são dotados de uma mente
capaz de processar e atribuir significados. A criatividade gera evolução
e é catalisada nos momentos de crise, quando um número mais expressivo
de pessoas é engajado para transformar problemas em soluções. Um ano
novinho em folha vem por aí. Que tal rever velhos conceitos?
Por Clarissa Medeiros - coach especialista em Sustentabilidade Empresarial (ICC). Graduada em Comunicação Social e formada em Ativismo Quântico por Amit Goswami, PHd/Instituto Aleph.
Fonte: Canal RH
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