sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Como ampliar a criatividade e gerar inovação?

Na maioria das empresas encontramos aquelas figuras reconhecidas como mais “criativas”. Subliminarmente, os demais estariam fora deste grupo “especial”. A mesma situação se repete nas agências de comunicação, onde há o departamento de Criação, supostamente cheio de gente antenada. Afinal, a criatividade é um dom atribuído a poucos ou pode ser desenvolvida?
Diante da presente crise sistêmica, que envolve depressão econômica nos países ricos; falta de confiança nas instituições; aumento do preço dos alimentos e da pobreza nas nações subdesenvolvidas; escalada de violência e desequilíbrio ambiental, empreendedores de todo o mundo são pressionados para descobrir modelos mais sustentáveis de produção e consumo.

O enfrentamento dessas importantes questões requer mentes criativas em ação, mas estamos vivendo numa época paradoxal: a capacidade da sociedade se reinventar nunca foi tão valorizada e necessária, porém, a todo o momento empresários queixam-se da falta de criatividade dos colaboradores, e profissionais reclamam estarem limitados em sua capacidade de escolha, condicionados por um modus operandi que oferece poucas possibilidades.

De modo geral, muitas pessoas gostariam de encontrar formas diferentes para ganhar e viver a vida. O paradigma predominante, no entanto, é um estilo de vida enraizado em hábitos condicionados – fazer quase tudo igual, todos os dias, e buscar satisfação no consumo, quase que exclusivamente. Em boa parte da mídia, predomina a mesmice - programas e matérias que trazem banalidades, sensacionalismo e negatividade para os momentos de pretenso descanso.

Como matar esta charada trazendo mais criatividade para nossa vida individual e coletiva? Para Amit Goswami, sumidade em estudos que buscam conciliar ciência e consciência e autor de Criatividade para o Século XXI, a capacidade criativa pode e deve ser desenvolvida por qualquer um, ao combater o comportamento condicionado. Ele propõe que a raiz do condicionamento está numa falsa concepção: fomos levados a acreditar que o ser humano seria uma máquina e que tudo o mais seria mero objeto. Para este cientista inovador, a consciência é a base de tudo o que conhecemos, e é fundamental aceitar as emoções como parte do que somos e da vida diária.

Goswami explica que a criatividade é um fenômeno que pode brotar espontaneamente, diante de certas condições para que se manifeste. E isso pode ser bem prazeroso! A receita é fazer as coisas de um modo diferente, sair da rotina, permitir-se um novo caminho, novas cores e sabores, momentos de descanso, abrir espaço para a meditação - que favorece a ocorrência de insights. Essa é a forma mais efetiva de evitar o tédio na carreira e na vida cotidiana, que costuma bloquear a capacidade criativa e a satisfação.

De acordo com esta concepção, as descobertas nascem de insights descontínuos, e não de um processo racional, por isso é importante reduzir o ritmo de tempos em tempos, e deixar as ideias fluírem. O processo acontece em fases: “preparação” – a mente se torna aberta para o novo, reconhece que não sabe tudo; “incubação” – etapa inconsciente que envolve memórias ligadas ao tema em questão; “insight” – o certeiro “A-Ha”, quando uma luz vem ao pensamento e, finalmente, a “manifestação”, quando a criatividade interior é colocada em prática.

Assim, a criatividade é gerada pela exploração de novos significados e permite nos transformarmos como pessoas, e assim mudarmos o mundo, gerando progresso e coisas que trazem felicidade, por meio de novas formas de promover a educação, de pensar os negócios, a psicologia, a medicina e muitos outros sistemas sociais. E - por que não - de uma forma sustentável? Temos esta capacidade, pois todos são dotados de uma mente capaz de processar e atribuir significados. A criatividade gera evolução e é catalisada nos momentos de crise, quando um número mais expressivo de pessoas é engajado para transformar problemas em soluções. Um ano novinho em folha vem por aí. Que tal rever velhos conceitos?

Por Clarissa Medeiros - coach especialista em Sustentabilidade Empresarial (ICC). Graduada em Comunicação Social e formada em Ativismo Quântico por Amit Goswami, PHd/Instituto Aleph.
Fonte: Canal RH 
 

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