Certo é que, nesse cenário de constantes mudanças, o comportamento da maioria dos profissionais continua à moda antiga. Em muitas empresas ainda é grande a burocracia e o computador acabou gerando mais papeis. Há regras demais e competência de menos. Existe morosidade nas decisões e um descuido persistente na realização das tarefas. A comunicação entre as pessoas é falha e é raro encontrar um verdadeiro trabalho de equipe. As filas persistem e o atendimento está distante de provocar sorrisos nos clientes. Em muitos lugares, quando se quer melhorar alguma coisa é comum encontrar uma visível resistência, particularmente nas chefias.
No final, tudo isso só tem um resultado: perda de tempo. O tempo que a moderna tecnologia economiza é gasto depois pela ineficiência na atitude dos profissionais.
Apesar dos milênios da experiência humana neste planeta, ainda não aprendemos a lidar corretamente com este valioso recurso chamado TEMPO. Para a grande maioria, o tempo sempre falta e seu controle foge com freqüência das nossas mãos. Isso porque administração do tempo é muito mais que saber lidar prazos, horários ou simplesmente distribuir tarefas entre os espaços disponíveis do dia. Administrar o tempo é, acima de tudo, uma questão de liderança da própria vida, de ter foco, de saber para onde se quer ir, dirigindo para lá nossas energias e possibilidades. Com muito acerto afirma o consultor Silvio Bugelli: “Mais importante que aprender a administrar o relógio, é saber utilizar a bússola“.
O tempo é igual para todos. O que varia é a capacidade de trabalhar com ele, tendo o controle das situações e produzindo resultados positivos. Individualmente ou em equipe, o melhor é começar com uma avaliação sincera de como gastamos nossas horas, descobrindo as causas de desperdício do tempo. Esse diagnóstico detalhado permite traçar um plano de ação e implementar as correções necessárias, utilizando as técnicas mais adequadas a cada caso.
Uma técnica até conhecida, mas pouco praticada é a definição de prioridades. A melhor maneira de fazer isso é organizar a vida da mesma forma como arrumamos uma mala. As coisas de maior volume e importância no centro e as miudezas nos cantos. Como este, há muitos outros recursos para tornar mais proveitosas as 24 horas do dia, mas não é assim tão fácil colocá-los em prática e as maiores resistências estão em nós mesmos.
Porém, com persistência inteligente os resultados acontecem.
Em meio deste ainda confuso panorama de transformações, pessoas e empresas precisam rever sua visão do trabalho e buscar uma atuação mais equilibrada na gestão do seu tempo. A atividade profissional deve aumentar seu conteúdo humano, deve ser agora mais mental do que braçal, até porque o trabalhador dos próximos anos não será mais chamado de “mão de obra”. Talvez “cabeça de obra” seja o mais adequado. Como disse Peter Drucker, o profissional do futuro será o profissional do conhecimento. Hoje, mais do que nunca, as pessoas devem ser capacitadas para pensar e resolver problemas, motivadas para ajudar a empresa a criar e inovar, educados para viver enquanto trabalham e não apenas trabalhar para viver.
Por Ronaldo Negromonte
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