Como
a personagem de Jorge Amado, não faltam profissionais que, mesmo qualificados
tecnicamente, se recusam a mudar. A grande questão é: por quê?
Estreou há poucos dias o remake da novela Gabriela. A adaptação da obra
homônima do escritor Jorge Amado fez sucesso na TV em 1975, com Sônia
Braga no papel da morena sertaneja que tem cheiro de cravo e cor de
canela. Apesar de ser uma obra de ficção, a novela traz algumas lições
para o mundo corporativo. A música da personagem, cantada por Gal Gosta,
por exemplo, diz: "eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim,
vou ser sempre assim...Gabriela...sempre Gabriela".
O mercado de trabalho está cheio de profissionais com a síndrome da Gabriela. São aquelas pessoas que, mesmo qualificadas tecnicamente, se recusam a mudar por acreditarem que as coisas devem ser feitas do seu jeito. Não querem experimentar novos caminhos e, em consequência, continuam colhendo sempre os mesmos resultados.
Em minha longa experiência como gestor já ouvi muitas frases como
"vamos fazer assim, pois sempre fizemos dessa maneira", ou "sei que isto
é bom, mas prefiro fazer do meu jeito", ou ainda "eu sinto muito, mas
sou assim". Com esse discurso, muitos profissionais com potencial ficam
estacionados no tempo. E o pior: acreditam que estão fazendo a coisa
certa.
Quem tem esse comportamento prejudica não só a si mesmo, mas toda a
empresa. Afinal de contas, não é possível crescer e alcançar metas
realizando procedimentos que já não são satisfatórios. Para crescer é
preciso mudar, é necessário estar antenado com as mudanças
socioeconômicas que ocorrem no mundo e na sociedade.
Imagem: Divulgação/TV Globo |
O processo de mudança nem sempre é fácil: exige trabalho, planejamento força de vontade. Por isso, muitos preferem continuar fazendo as mesmas coisas no trabalho e na vida pessoal, perdendo a oportunidade de conhecer novos caminhos, amadurecer e descobrir outras possibilidades. Mas, afinal, por que as pessoas não querem mudar?
Uns têm medo: medo de não dar certo, medo de errar, medo de críticas.
Outros continuam fazendo as mesmas coisas por interesse político.
Quantos gestores públicos continuam perpetuando formas ineficientes e
ineficazes de gerir a coisa pública pensando nas próximas eleições? Esse
ainda é um grande gargalo que o país precisa enfrentar, mas antes disso
é preciso vontade para mudar.
Não importa a razão que levam muitos profissionais a pensarem que
agindo assim terão sucesso. O fato é que o mundo está em constante
transformação e só vão se sobressair aquelas pessoas mais ágeis, mais
rápidas, mais dinâmicas e assertivas.
Caso você esteja com a síndrome da Gabriela, cuidado. Aproveite para
repensar suas atitudes e comece a mudar sua postura. Se você conhece
alguma "Gabriela" no seu trabalho, convide-a a olhar a vida com outros
olhos, já que esse comportamento pode ser um indício de baixa
autoestima.
Deixe o encanto da Gabriela apenas na novela e na obra do brilhante
Jorge Amado. Quem quer ser "sempre assim" só vai encontrar estagnação,
retrocesso, sofrimento. Em nossa vida profissional, vamos dar lugar à
transformação e ao empreendedorismo. E empreendedor de verdade não tem
medo da mudança: arrisca-se, enxerga mais que muitos, motiva os colegas
de trabalho, tem entusiasmo, quer evoluir e vai além, muito além.
FONTE: http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/voce-tem-a-sindrome-da-gabriela/64428/
Parabéns pela iniciativa do blog, a internet precisa mesmo de mais qualidade.
ResponderExcluirSucesso!
Sinto muito, a lição de Gabriela é exatamente o contrário. Gabriela é um personagem que não aceita ser mais uma, ela é autêntica e seu encanto vem dessa diferença. "Mudar", no caso, não é pra melhor, mas se adaptar ao comportamento que a sociedade (no caso, a Ilhéus nos anos 20) espera dela, como "mulher decente". Quando isso acontece, o brilho se perde (calma, não estou dando nenhum spoiler do fim da história).
ResponderExcluirTranspondo para a vida profissional, "vou ser sempre assim" significa não abrir mão de seus valores para agradar aos chefes, ao mercado. Significa ser um profissional autêntico não mais um robozinho, que vemos aos montes nas nossas empresas. A lição de Gabriela é outra, basta ler o livro de Jorge Amado ou acompanhar a novela e deixar de simplesmente seguir a corrente.