Segundo Laís Abramo, Brasil tem alto potencial para criação
deste tipo de trabalho
A diretora da OIT (Organização
Internacional do Trabalho) no Brasil, Laís Abramo, disse na tarde desta
quinta-feira (14) durante o seminário sobre Emprego Verde, que aconteceu no
planetário da Gávea, zona sul do Rio de Janeiro, que a política de conscientização
das empresas é a base do processo de transição para que sejam criados novos
empregos baseados na sustentabilidade.
— O mundo de hoje exige isso. As
empresas precisam desenvolver a ideia de mudança.
De acordo com a diretora, o Brasil
ainda enfrenta enormes desafios, como o desmatamento, por exemplo, porém ela vê
no país um grande potencial de geração de empregos que sejam relacionados ao
desenvolvimento sustentável.
— Fizemos uma análise no Brasil sobre
geração de emprego verde e chegamos à conclusão que, em 2010, já existiam três
milhões de trabalhadores nessa situação e isso está crescendo. O país também
está criando tanto políticas para o desenvolvimento de trabalho descente, que
interfere diretamente na preservação ambiental, como em políticas importantes
para o desenvolvimento social.
Durante o seminário, a presidente da
ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), Leyla Nascimento e a diretora
da OIT, apontaram os desafios que o Brasil e o mundo devem enfrentar para que
uma nova política seja adotada em relação à geração e preservação dos chamados
empregos verdes, cuja definição é resumida em tudo aquilo que contribui na
linha de produção para a redução nos impactos ao meio ambiente.
Segundo Leyla, o resultado do
trabalho discutido durante os seminários que acontecem nesta quinta e
sexta-feira (15) no planetário da Gávea será encaminhado para a cúpula no
Riocentro.
— A conclusão da Rio+20 será a nossa
planilha de trabalho para os próximos anos. Nós, quanto uma associação
brasileira de Recursos Humanos, vamos levar esta meta de trabalho realizada no
Brasil, para o exterior.
Durante a apresentação, Laís mostrou
que um estudo da organização revelou que 900 milhões de trabalhadores do mundo
estão em situação de pobreza. De acordo com a diretora, este número apenas
coloca em evidência a insustentabilidade que é um espelho da crise econômica
internacional, e deixa clara a ineficiência na produção de trabalhos descentes.
— Quando me refiro a trabalho
descente, falo em trabalho produtivo e de qualidade, com proteção social e
noções aos direitos trabalhistas, além é claro de salários justos. A crise
econômica internacional é um reflexo disso e esta longe de ser solucionada. O
Brasil está conseguindo resistir, mas não se sabe até quando.
Ainda de acordo com Laís, uma
economia mais verde pode gerar mais emprego. As empresas dizem que querem
avançar na discussão, mas não sabem exatamente como lidar com essa transição.
— Havia e ainda há uma contradição
entre o desenvolvimento da empresa e a preservação ambiental. A grande
preocupação das empresas era o que iria acontecer com a indústria e seus
trabalhadores. Essa é a grande discussão sobre emprego verde.
Dentro de uma Organização, para que haja uma certa coerência entre as partes, o ideal é transpor á novos rumos, sem agredir o meio, e por fim conscientizar seus colaboradores ao novo propósito sustentável.
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