quinta-feira, 14 de junho de 2012

Rio+20: geração de emprego verde depende da conscientização das empresas, diz OIT


Segundo Laís Abramo, Brasil tem alto potencial para criação deste tipo de trabalho

A diretora da OIT (Organização Internacional do Trabalho) no Brasil, Laís Abramo, disse na tarde desta quinta-feira (14) durante o seminário sobre Emprego Verde, que aconteceu no planetário da Gávea, zona sul do Rio de Janeiro, que a política de conscientização das empresas é a base do processo de transição para que sejam criados novos empregos baseados na sustentabilidade.

— O mundo de hoje exige isso. As empresas precisam desenvolver a ideia de mudança.

De acordo com a diretora, o Brasil ainda enfrenta enormes desafios, como o desmatamento, por exemplo, porém ela vê no país um grande potencial de geração de empregos que sejam relacionados ao desenvolvimento sustentável.

— Fizemos uma análise no Brasil sobre geração de emprego verde e chegamos à conclusão que, em 2010, já existiam três milhões de trabalhadores nessa situação e isso está crescendo. O país também está criando tanto políticas para o desenvolvimento de trabalho descente, que interfere diretamente na preservação ambiental, como em políticas importantes para o desenvolvimento social.

Durante o seminário, a presidente da ABRH (Associação Brasileira de Recursos Humanos), Leyla Nascimento e a diretora da OIT, apontaram os desafios que o Brasil e o mundo devem enfrentar para que uma nova política seja adotada em relação à geração e preservação dos chamados empregos verdes, cuja definição é resumida em tudo aquilo que contribui na linha de produção para a redução nos impactos ao meio ambiente.

Segundo Leyla, o resultado do trabalho discutido durante os seminários que acontecem nesta quinta e sexta-feira (15) no planetário da Gávea será encaminhado para a cúpula no Riocentro.

— A conclusão da Rio+20 será a nossa planilha de trabalho para os próximos anos. Nós, quanto uma associação brasileira de Recursos Humanos, vamos levar esta meta de trabalho realizada no Brasil, para o exterior.

Durante a apresentação, Laís mostrou que um estudo da organização revelou que 900 milhões de trabalhadores do mundo estão em situação de pobreza. De acordo com a diretora, este número apenas coloca em evidência a insustentabilidade que é um espelho da crise econômica internacional, e deixa clara a ineficiência na produção de trabalhos descentes.

— Quando me refiro a trabalho descente, falo em trabalho produtivo e de qualidade, com proteção social e noções aos direitos trabalhistas, além é claro de salários justos. A crise econômica internacional é um reflexo disso e esta longe de ser solucionada. O Brasil está conseguindo resistir, mas não se sabe até quando.

Ainda de acordo com Laís, uma economia mais verde pode gerar mais emprego. As empresas dizem que querem avançar na discussão, mas não sabem exatamente como lidar com essa transição.

— Havia e ainda há uma contradição entre o desenvolvimento da empresa e a preservação ambiental. A grande preocupação das empresas era o que iria acontecer com a indústria e seus trabalhadores. Essa é a grande discussão sobre emprego verde.

Um comentário:

  1. Dentro de uma Organização, para que haja uma certa coerência entre as partes, o ideal é transpor á novos rumos, sem agredir o meio, e por fim conscientizar seus colaboradores ao novo propósito sustentável.

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