De forma inevitável,a tecnologia eletrônica tem tomado cada vez mais espaço em nosso mundo transformando a maneira como todos trabalhamos e vivemos. O computador é hoje presença obrigatória nas empresas e nas casas. Lidamos com informações instantâneas o tempo todo e a internet – particularmente agora com as redes sociais – abriu definitivamente a comunicação com o resto do mundo. Hoje todo mundo tem celular. O tablet e outras invenções rapidamente vão virando mania. Robôs e máquinas sofisticadas substituem as mãos humanas em inúmeros segmentos e aceleram enormemente os processos produtivos. Nas últimas décadas, tudo virou eletrônico e o nosso mundo ficou mais ágil, mais fácil, melhor...Será mesmo?
Com tantas mudanças, os preços deveriam cair, o tempo deveria sobrar, a burocracia deveria diminuir e veríamos melhoras significativas no trabalho, no atendimento e na nossa qualidade de vida. Na prática, não é bem assim .
Às vezes dá a impressão de que o contrário é o que está acontecendo. Um amigo meu diz que o próximo dilúvio será de papel. Infelizmente, tenho de concordar com ele. Depois da introdução do computador em nossas vidas essa situação só piorou e se espalhou como uma epidemia. Nos Estados Unidos a produção de papel dobrou nos últimos anos. No resto do mundo não deve ser diferente. E o problema não são as máquinas, são as pessoas. É que tudo que a gente vê na telinha acaba imprimindo.Imprimiu aquilo vira documento e termina sendo arquivado. Os armários e gavetas nas empresas andam abarrotados de papéis e geralmente ninguém sabe bem o que tem por lá.
E se na sua empresa também existem muitos papeis para tudo, excesso de formalidade, regras demais, procedimentos demais, erros demais, muita demora nas soluções, muitos atrasos e adiamentos, muitas reuniões improdutivas, filas no atendimento e coisas assim, mau sinal! Você pode estar trabalhando no Parque Jurássico e nem sabia. É que, em muitos lugares,isso já virou rotina e as pessoas nem percebem mais a anacrônica e triste situação que vivem. O problema é que ainda existem muitos “dinossauros” nas organizações ocupando os lugares onde devia estar gente realmente competente e criando todo esse atraso e burocracia.
Por isso mesmo, apesar de toda essa parafernália tecnológica que nos cerca, atualmente estamos correndo mais, trabalhando mais, mais tensos e, em muitos casos, enfrentando maiores dificuldades que antes.
Parece que a qualificação dos profissionais não tem acompanhado a velocidade e eficiência das máquinas. Para reduzir essa disparidade, a maioria faz tudo mais rápido, atendendo à pressão dos chefes, dos consumidores e às exigências de um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo. Mas, isso não resolve o problema.
Pressa não é agilidade. Na pressa, acontecem 25% a mais de erros e a excelência cai. A única coisa que sobe é o nível de stress das pessoas. A velocidade mata a qualidade no trabalho, as boas idéias, a criatividade, as relações e o bom atendimento aos clientes.
A questão é que, apesar desse cenário de modernidade, o comportamento da maioria dos profissionais
continua à moda antiga. Em muitas empresas ainda é grande a burocracia e o computador acabou gerando
mais papeis. Existem regras demais e competência de menos. Há morosidade nos processos e um descuido persistente na realização das tarefas. A comunicação entre as pessoas é falha e é raro encontrar um verdadeiro trabalho de equipe. São comuns as filas e o atendimento está distante de provocar sorrisos nos consumidores. E, em muitos lugares, quando se quer melhorar alguma coisa é comum encontrar uma visível resistência, particularmente nas chefias. Tenho comprovado isso claramente em minha atuação como consultor.
O tempo que a moderna tecnologia economiza é gasto depois pela ineficiência na atitude dos profissionais. No final, tudo isso só tem um resultado: prejuízo nos ativos das organizações.
Certo é que toda essa transformação significa, acima de tudo, uma mudança de modelo mental, uma luta entre uma velha e uma nova concepção de trabalho que surge agora, trazendo conceitos diferentes e comportamentos mais a tom com o cenário de um mercado efervescente de novas necessidades. Daí que o
profissional de hoje deve ser mais independente, mais criativo e adaptar-se inteligentemente à esta nova realidade. Também as organizações precisam entrar num novo ritmo, treinar seu pessoal para pensar por conta própria, ter mais autonomia, perceber melhor as deficiências, resolver problemas, trocar
experiências e tomar decisões com mais eficácia.
É como diz o conhecido professor Robert Kriegel:
“Boas empresas reagem rapidamente às mudanças. Ótimas empresas criam mudanças”.
RONALDO NEGROMONTE
Professor, palestrante e consultor em desenvolvimento de pessoas e organizações
Contatos: (31) 9627.9445 - negromonte.lima@bol.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Participe e compartilhe seus conhecimentos, deixando seu comentário abaixo!