terça-feira, 29 de novembro de 2011

SÃO 200 MILHÕES DE DESEMPREGADOS!


Escrito pelo colega  Eduardo Fernandes da Paz


Aproveitei o feriado para refletir sobre o Desemprego pelo mundo afora e o seu aprofundamento em consequência da crise americana e européia.
Foi noticiado, mas pouco comentado em razão da grandeza e importância do tema, pois foi assim que assimilei a divulgação da última estatística sobre o crescimento do Desemprego e o afunilamento de Postos de Trabalho.  
Vocês tinham idéia de que são aproximadamente 200 MILHÕES DE DESEMPREGADOS? Na verdade eu não tinha!
Pois existe uma maquiagem de “mercado aquecido” internamente que nos faz minimizar à primeira vista, a quantidade de Irmãos nossos que estão na rua da amargura pelas esquinas globalizadas.  
A fonte de dados é conhecida e reconhecida por todos, veio da OIT (Organização Internacional do Trabalho) juntamente com a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que externaram a pesquisa, então resolvi nominar o banco de informação para não deixar que paire qualquer sombra de dúvida sobre a seriedade dos números.
Nesse caso, não é necessário ter diploma de Economista, só bom senso para entender que a crise contamina a todos!
Hoje em dia com as fronteiras globalizadas, a crise encontra-se potencializada na Europa ou na América do Norte, o consumo deles desce ladeira abaixo, logo vai impactar a China, Japão e outros que exportam para eles, mas vai continuar refletindo em outros que exportam para os outros, e assim sucessivamente, então por propagação vai desacelerando as economias, essa é a dinâmica da crise.
Se a cor da tinta for à mesma já se sabe a textura do cabelo.  Na maioria das vezes isso não precisa ser dito, só constatado, assim me explicou uma cabeleireira certa ocasião.
O Brasil apesar do desenvolvimento e fortalecimento do mercado interno, tem um braço de negócios importantíssimo no mercado externo, que precisa ser mantido e ampliado para atender as metas de crescimento que precisamos para recuperar as décadas perdidas, e investirmos em Educação, Saúde, Transporte, Ciência e Tecnologia e tantas outras agendas.
Mas o momento global por extensão derrota as Famílias, pois como muito bem lembra o cancioneiro popular na música Guerreiro Menino:
“Um homem se humilha,
Se castram seu sonho,
Seu sonho é sua vida,
E a vida é o trabalho,
E sem o seu trabalho,
Um homem não tem honra,
E sem a sua honra,
Se morre, se mata,
Não dá pra ser feliz!!
  
Não dá para ser feliz!!!”
A falta de Emprego atinge e sangra diretamente o homem e a mulher que não podem levar o pão de cada dia para suas casas e honrar seus compromissos dignamente.
Não é outra manifestação a do movimento “Ocupe Wall Street”, em Nova Iorque, e que chegou a tantas outras cidades do mundo, que abanou a comemoração do Dia Mundial de Manifestações contra a Precariedade e o Poder das Finanças.
Até sei que o mundo não marcha pelo som do meu tambor, mas precisamos construir um novo cenário e sairmos desse lugar comum, que está se tornando um abismo para muitas pessoas. É verdade, temos que atuar para resistir à desaceleração do crescimento do emprego e reverter à perda de postos de trabalho, começando por adotar políticas públicas e privadas que estimulem aos que têm mais recursos a investirem em um novo paradigma, ou seja, independente da crise criar mais empregos para atender à necessidade daqueles que não têm.
Isso deve valer tanto para pessoas como para países.
Criam-se tantos fundos inócuos. Deveriam criar um Fundo Econômico Internacional para o Trabalho com um extenso controle social voltado para estimular Projetos, Programas e Pessoas, com uma estrutura simples e enxuta, que prestigiasse a constituição e o crescimento de empresas na economia real, pois a criação de emprego deve ser uma das prioridades macroeconômica. 
Ouvi dia desses o Pe. Fábio de Mello conclamar que não devemos nos permitir aceitar os lixos produzidos pela sociedade para as nossas vidas, concordei plenamente, e isso veio estimular ainda mais para que escrevesse essas linhas.
Gozado que tem alguns desavisados (até rimou) que fazem apologia ao sistema, e juram de pés juntos que só não trabalham aqueles que não querem. Isso não é bem assim, ou melhor, não é uma verdade absoluta, é claro que sabemos que muitos se encostam, são preguiçosos, são enroladores, são ensaboados, são “171” na gíria popular (artigo do código penal que trata de estelionato), e não querem nada com a hora da responsabilidade.
A Ironia das Ironias é pensar que a questão do Desemprego se resolve com medidas restritivas cartesianas, e não expansivas responsáveis! Na minha subsunção, me aproprio aqui da Teoria do Marco de Poder, construída por Douglass North e trabalhada por Robert Putnam, que defende que determinados marcos de poder favorecem o desenvolvimento, enquanto outros prejudicam a potencialização do desenvolvimento.
Pois, quanto de dinheiro vai pelo ralo com corrupção, mau uso, descaso, incompetência, apadrinhamento, concorrência desleal, espionagem industrial e pirataria, além de cortes errados em Ações Corretas, seja na esfera pública ou privada, pessoal ou corporativa.
Os tambores dos Insatisfeitos da América do Norte e da Europa também batem por aqui, ali e acolá, com a concentração selvagem da renda de poucos e a precariedade das finanças de muitos, e continuam a ecoar pelas estradas da vida com o mesmo som, com o mesmo soneto, que é audível e tão intenso que pode até mesmo ser corporificado pela palavra DIGNIDADE.

É LEGÍTIMO SER RICO, O QUE É ILEGÍTIMO É SE ESQUECER DOS POBRES!
Por isso que respeito muito as pessoas que quando podem fazer algo pelos seus semelhantes o fazem, sem olhar somente para seus umbigos.  
Eles cumprem a Palavra de DEUS que ensina que aqueles que podem fazer algo e não fazem, pecam, isso vale para a realidade profissional, social, material, espiritual e tantas outras.
Precisamos mudar nossa maneira de pensar e de agir. Combater o Desemprego é contribuir para mudar essa matriz perversa do “tenho, mas não sou, e sou, mas não tenho ou não tenho e nem sou”. E também combater nossos excessos de comodismo em relação ao outro, pois o sistema que
sempre criticamos, às vezes, somos nós mesmos que operamos. Você me entende? Entende mesmo? 
Amigos, Solidariedade não pode ser só um discurso, tem que ser uma prática diária com tudo e com todos.
Pois há alguns que infelizmente falam: Eu estou empregado, e que se dane os desempregados! Se não falam, pensam ou agem assim. Esses ajudam a abandonar os abandonados, e se esquecem que algum de seus familiares ou eles mesmos podem um dia vir a engrossar o número dessa estatística.
As pessoas se acham às vezes acima do bem e do mal! Coitadas!!!
Acreditam que as dores dos outros não doem nelas, ledo engano, podem não doer, mas refletem nelas próprias, afinal, quem não tem suas dores?
Alguns indivíduos não se sensibilizam com nada na prática, até dizem e atuam como se realmente sentissem.
Sabe gente! Acredito que precisamos de mais Ações Cristãs do que discursos de Igreja. Não quero dizer com isso que a doutrinação cristã não seja importante, pois é sim, e muito.
Fechando minha reflexão, e sem ter a menor intenção de ser um sabichão barato, proponho apesar de não ser uma receita, a articulação de inserções que combinem o humano com material, o econômico com o social, o douto com o indouto, o sim com o não, o certo com o incerto, o técnico com o empírico, o natural com o espiritual, a matemática com a filosofia, o interior com o exterior, o planejar com o realizar, enfim, todas essas medidas que não é: nem tanto a terra, nem tanto o céu, mas sempre priorizando o ser humano, que se transforma na mão de obra efetivamente ativa, e nunca alijando à inativa, que um dia acertando e errando deu sua contribuição para nossa geração.  
Mas se os homens não conseguem mudar em função do sistema, só nos resta uma opção enquanto miseráveis mortais, que DEUS em sua infinita misericórdia, por Cristo Jesus, reinvente a humanidade!

Eduardo Fernandes da Paz
Diretor da EPZ Negócios Empresariais
Especialista em Direito Ambiental
Consultor em Planejamento Estratégico e Econômico Financeiro


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